“A sala de aula onde a pergunta é proibida”, 2016, tinta acrílica sobre tela, Rio de Janeiro
“A sala de aula onde a pergunta é proibida”, 2016, tinta acrílica sobre tela, Rio de Janeiro.
Quando pintei esse quadro já trabalhava há alguns anos como educadora popular e mais alguns como professora da rede pública de ensino. Tentei retratar um jovem naquelas salas de aula em que os alunos são ensinados a sentar, escutar e ficar calados. Esses ambientes são feitos para não haver espaço para a criação, para o aprendizado, para o desejo de agir na realidade compreendendo-a. As salas gradeadas, apertadas, aglomeradas e cinzas os ensinam a lidar com limites e prisões, a incorporar regras, obedecer e reproduzir sempre para se encaixar. Foi de muitas salas dessas que eu saí e me uni a outros educadores para pensar e construir outras salas bem diferentes dessa. Mas ocupo junto de muitas e muitos outres companheires estas salas na tentativa de subvertê-las, aprendendo que não precisamos caber nelas, que podemos construir um mundo baseado em relações humanas fraternas para além do capital e das políticas de morte coloniais, patriarcais e racistas que se propõem silenciar a maior parte do povo na sua existência e nas suas mais diversas manifestações para que sejamos apenas escravos que servem a uma minoria rica e privilegiada.
Por mais salas que subvertam, por mais janelas virtuais que subvertam, por mais ruas e muros subversivos!
Essa arte virou a capa da minha primeira fanzine com minhas poesias!